Nos últimos anos, testemunhamos uma revolução nos aplicativos móveis, com muitos deles indo além de suas funções básicas para incorporar recursos financeiros, como carteiras digitais e serviços bancários.
Entre inúmeros outros casos, podemos citar o app do MercadoLivre e o 99Taxis, que começaram com outros propósitos e viraram bancos digitais.
Com eles, você pode, em segundos, solicitar empréstimos, pagar contas, emitir boletos e fazer pix. Isso tudo sem a grande maioria dos usuários terem noção do que carregam no bolso.
No entanto, quando esses recursos caem em mãos erradas, podem facilmente se tornar armadilhas financeiras:
Muitos indivíduos podem ser atraídos pela facilidade de obtenção de empréstimos sem entender os termos e taxas destas transações. Geralmente os juros são exorbitantes e pode levar os usuários a um ciclo de dívidas do qual é difícil escapar, causando muitos danos financeiros e até falência pessoal.
Outro problema grave é a questão da segurança dos dados. Quando os aplicativos caem em mãos erradas, muito comum através de roubo de celulares, basta abrir o app e já aparece a oferta do empréstimo rápido e ainda a possibilidade de se transferir via pix e pagar boletos.
Em segundos, o usuário que estava preocupado apenas com o app do banco, passa a ser roubado indiretamente pelo app que ofereceu empréstimos e que o usuário nem sabia que existia ou que nunca tenha solicitado este recurso.
Tenho visto vários casos em que o bandido pega o celular e já vai direto para estes aplicativos, sem perder tempo com os tradicionais aplicativos bancários que, em geral, são muito mais seguros. Nestes outros, a operação geralmente não tem senhas ou se cadastra/ativa na hora (pelo bandido).
Portanto, enquanto os aplicativos móveis continuam a evoluir e oferecer cada vez mais serviços financeiros, é crucial que os usuários estejam cientes dos riscos envolvidos.
E os desenvolvedores deveriam ser penalizados no caso deste tipo de fraude/roubo, principalmente quando onde o usuário não é expressa e claramente notificado ou solicitada autorização prévia e nunca instantânea ou automática. Geralmente esta “autorização” vem em termos de uso gigantescos, onde “110%” dos usuários nem leem.
Imagino que a opção de cancelamento deveria ser tão simples quanto a contratação do recurso, com inserção de demora obrigatória para se ativar evitando solicitação por impulso ou coação.
Quando me dei conta destes casos, fui nos meus apps e tinha ofertas de até R$ 35.000 sem eu mesmo saber e ainda eu poderia solicitar e sacar rapidamente.
Perdi horas no telefone (isso ficará para um novo artigo) para conseguir cancelar estes recursos. Nos que não foi possível, pois criaram tanta dificuldade, preferi cancelar a conta e usar um app concorrente.
Você já conferiu quanto te oferecem de dinheiro “fácil” nestes apps?